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Para quem não podia andar... agora chegou a hora de voar! #historiadevida


Joe Angeli

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1 - Página em Branco  

Eu estava realmente feliz. E que jovem de 19 anos não estaria com uma vaga de emprego garantida? A indicação de meu tio era mais que o suficiente para eu entrar numa transportadora multinacional. Era o que eu pensava...
Assim que cheguei, fui recepcionado por uma mulher bem vestida, boa pinta. Para a minha entrevista bastava em preencher uma ficha com meus dados e fazer uma... PROVA?  

Não fui preparado para prova alguma, na verdade, só me formei graças a ajuda de minha mãe, que fez todos meus trabalhos da escola. Respirei fundo, pois não queria demonstrar nervosismo. A prova que estava na minha frente era bem básica, sério mesmo, até uma criança de 12 anos faria. Li com calma e paciência - habilidade que aprendi com o Sr. Sagento Eliseu, meu pai - e percebi que a prova só tinha 8 questões: 4 de português básico e 4 de matemática básica. De maneira vergonhosa e com muita dificuldade fiz pergunta por pergunta, mas... parei na conta de matemática: 87 dividido por 3. Foi bem ali que minha ficha caiu. Eu não sabia nem como começar!

2 - O Despertar 

Já tinha sido difícil ir até aquela empresa, afinal foi o maior trajeto que eu tinha feito até então. Mas só de lembrar, até hoje sinto o mesmo arrepio subir a espinha. A sensação de entregar a prova em branco e sair envergonhado daquela empresa foi... inexplicável! Ao sentar no banco do metrô e olhar pela janela meu mundo parou de rodar.

Eu sabia exatamente que o tempo até minha estação seria de 45 minutos, contudo, para mim; levou horas! Enquanto eu olhava pela janela uma sensação tomou meu corpo... uma mistura de vegonha, fraqueza e amargor. Pessoas a minha volta iam e viam para seus trabalhos, a cidade que via pela janela era estrondosa e agitada, tudo estava acontecendo super rápido, mas eu estava em câmera lenta, mas como era possível? Então percebi. Eu não era útil para nada! Se eu desaparesse naquele momento, absolutamente nada aconteceria, com exceção da minha família, ninguém sentira minha falta. No final das contas, eu era igual aquela página em branco.


3 - Atlas 

Ao chegar em casa, revoltado, minha primeira atitude foi ir a biblioteca e abrir meu primeiro livro de uma encicloédia inteira. A promessa que fiz naquele dia me acompanha até hoje: "nunca mais serei inútil, serei o maior orgulho para minha mãe". E assim foi. Comecei a estudar desenfreadamente. E não havia mais limites que eu não rompia a cada dia. Os dias foram passando e minha evolução foi tão abrupta que surpreendi toda minha família, porque em apenas 3 anos eu virei uma máquina. 

Aos 22 já dava aula de gramática para concurso público, era um dos melhores músicos da família, empreendedor e esportista; lutava Muay Thai, Taekwondo, fazia ciclismo e corrida. Eu me sentia como o Titã Atlas da antiga mitilogia grega, que segurava o céu!

Mas quando o céu pesou um pouco mais... minha coluna não aguentou. E por exesso de esforço esmaguei dois discos vertebrais da minha coluna na região lombar. 

4 - Penumbra 

Aquela sensação voltou. Porém, agora era mais intensa, densa e pesada!  O diagnóstico dos médicos eram o pior possível. O único jeito de reverter era com uma cirurgia extremamente cara e minha família não teria como pagar. Entrei para fila do SUS.

Os dias, semanas e meses passavam. Para quem era esportista não poder andar era... terrível. Não aguentava mais ter ajuda dos outros. E a sensação de ser unútil estava me corroendo por dentro. Na escuridão total uma luz tocou meu coração. Durante a penumbra dos meus dias me apeguei a Deus. Estudei a bíblia na perspectiva teológica, mas não para praticar o evangelho, apenas queria respostas que a matemática buscava, mas ainda não explicava. 

Após 1 ano e sete meses sem andar direito, conheço um cara... Devo a vida a ele e sua família. Eu já tinha derrotado aquele sentimento de vazio e estava com o corpo bem fraco, contudo minha mente era forte como ferro. Aquele cara e sua esposa conseguiram uma vaga para mim no hospital das clínicas no primeiro dia em que conheci eles. Como? 

Há coisas que a matemática ainda não alcança. Quatro meses depois... abro meus olhos em uma mesa de cirurgia e choro de felicidade... a dor na coluna, sim, aquela dor que me fazia tomar 15 comprimidos por dia, havia finalmente sumido. O Dr Guilherme me disse que eu voltaria a dormir e que falaria comigo pela manhã. 

5 - Abelhas voam sim e f@#$-S3 

Acordo de madrugada no quarto do hospital ainda sem dor nenhuma, e com o coração cheio de alegria. Pensei em me levantar e dar uma volta no corredor, porque não? Antes que eu pudesse tentar entra no quarto 1 médico com 2 enfermeiros e diz assim: "precisamos te levar para o outro prédio para fazer exames, os enfermeiros vão te carregar". Na mesma hora digo: "Não, eu mesmo caminharei, posso tentar?" O Médico diz: "Tudo bem, mas não são todos que conseguem no primeiro dia". 

A dor explode no meu corpo inteiro logo no primeiro passo, mas eu não caio no chão. A cada passo uma lágrima, mas a alegria era maior do que qualquer pontada de dor. Levou alguns minutos até chegar na ambulância que estava em minha espera no saguão de entrada. Quando dou meu último passo - exausto - toda equipe médica explode em aplausos e vivas! O médico diz: "Olha só, não é que você andou mesmo."  Ergo minha cabeça, abro um sorriso molhado e digo: "A partir de hoje irei voar!" Aperto sua mão e fecho meus olhos e...

Abro os olhos 5 anos depois, ao apertar a mão da Dra. Gislaine Koch no exato lugar onde eu dei aquele último passo em direção a ambulância, mas desta vez está de dia e não estou no hospital das clínicas para fazer exames ou por conta de algum problema... não. Desta vez, estou diante de uma grande doutora em neurociência para fotografá-la!

Os anos passaram e o zunido de minhas asas me carregam para o sucesso! 

Hoje, sou Retratista e Fotógrafo profissional, Design especialista em photoshop há 13 anos, estudante de Motion Design, VideoMaker iniciante, Formado em Pedagogia e entusiasta em neurociência com aplicação para Marketing, entre alguma outras coisas. E isso a matemática ainda não explica.

6 - Eu Escolhi! 

Caro @Paulo Cuenca. A história de minha vida me trouxe até aqui. E tive que fazer muitas escolhas:

Quando o sentimento de vazio me atingiu; #Euescolhi ser o melhor.
Quando minha arrogância quase me custou o movimento das pernas; #Euescolhi ter fé.
Quando Deus me agraciou com uma nova chance; #Euescolhi aproveitar e voar rumo ao sucesso.

Mas nada disso me fez ter alta performance nas redes sociais. Sou empreendedor desde meus 19 anos. Não tenho patrão há muito, mas muito tempo. Nem estudando 9 horas por dia eu consegui sozinho. 

Então hoje; #Euescolhi ser uma BEZELHA 

Muito prazer, Joe Angeli.

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