Lembro que quando pequena meu apelido carinhoso era fofinha. Eu odiava quando meu pai bebia, mas era quando ele bebia que ele costumava arranhar a barba dele em mim e eu amava. Lembro que ele escutava os discos de ABBA à noite e me presenteava com os discos de XUXA.
As férias eram sempre inesquecíveis, sempre íamos para a capital João Pessoa. Meu pai era aventureiro, ele gostava de acampar. A gente sempre ia para um camping da capital com nosso trailer e passávamos 1 mês lá. Tenho muitas lembranças dessa época.
Meu pai nunca levantou a mão pra mim. Mas nem precisava, eu o respeitava.
Teve uma fase que eu só queria comer purê, minha mãe insistia que eu comesse tudo, mas meu pai dizia: deixaaaa a bichinha comer o que quiser. hahahha
Meu pai se separou da minha mãe, mas todas as vezes que eu perdia o ônibus ele atravessava a cidade para ir me buscar e me levar para a escola. Não importa quantas vezes eu precisasse, ele sempre ia deixar o dinheiro do lanche (sempre deixava sobrando muito).
Novinha, pedi emprego a meu pai e ele achava lindo, pois eu tinha atitude para isso. Tenho boas memórias até meus 12 anos. Daí em diante, a história muda completamente.
Não é algo que me orgulho de contar. Comecei a trabalhar com 12 anos pq eu e meu irmão fomos abandonados. Não foi uma adolescência tranquila, mas tudo aquilo me fez ser a pessoa se sou hoje.
Meu pai se suicid0u quando eu tinha 22 anos. 1 mês antes ele me procurou para me pedir desculpas, conhecer meu filho e passamos o dia todo relembrando todos esse momentos que citei acima.
Mas eu o perdoei e apesar de tudo, eu agradeço a Deus por ele ter sido meu pai.
Te amo PAI!