LONDON BRIDGE IS FALLING DOWN! - Você conhece o plano para a partida da rainha?

[Marília Cerqueira]

Primeiro, toda saúde do mundo pra Betinha  

Hoje a internet tá um fuzuê por conta da saúde dela, né?

Há mais de 50 anos existe um cronograma a ser seguido para o fatídico dia da morte da rainha, trago aqui como curiosidade e pra mostrar a importância de processos e de organização prévia.

"The London Bridge is Down" é o código, a frase utilizada pelo secretário real para comunicar o fato ao primeiro ministro em exercício. Primeira ministra, no caso agora de Liz Truss.

A partir disso, são feitos protocolos (se atualizam todos os anos). E, por favor, antes que falem que é coisa demais para "apenas uma morte" ou que "a rainha é s´so mais uma pessoa", entendam que é a rainha no trono há 70 anos e isso tem um impacto histórico sem precedentes. Inclusive, a figura ttracidional dela ajuda a monarquia a permanecer coesa e os habitantes a terem uma figura forte de patriotismo e amor pelo país.

O Centro de Resposta Global do Ministério das Relações Exteriores espalhhará a notícia para os 15 governos fora do Reino Unido, onde a rainha também é chefe de Estado, e para as 36 outras nações da Commonwealth.

Apesar da internet e da vida conectada, eles esperam segurar a informação até que governadores gerais, embaixadores e primeiros-ministros sejam avisados e providenciem suas braçadeiras pretas para serem usadas no braço esquerdo.

A BBC foi, por muitos anos, informada sobre as mortes da realeza primeiro. Mas, quando a rainha morrer, o anúncio sairá como uma notícia para a Press Association e para o resto da mídia mundial simultaneamente. No mesmo momento, um funcionário em trajes de luto sairá de uma porta do Palácio de Buckingham, e prenderá um aviso de borda preta nos portões e o site do palácio será transformado em uma página única e sombria, mostrando o mesmo texto em um fundo escuro. Sites de notícias também ficarão com logos e barras de acesso em preto. Conteúdo não urgente não deve ser publicado.

Na BBC, o “sistema de transmissão de alerta por rádio” (Rats) será ativado – um alarme da era da Guerra Fria projetado para resistir a um ataque à infraestrutura do país. Rats, que às vezes também é chamado de “real prestes a cheirar”, é uma parte quase mítica dos rituais e ensaios para a morte de grandes personalidades reais que a BBC mantém desde a década de 30. A maioria dos funcionários só viu funcionar em testes. Dizem que outros veículos de mídia já tem dias de cobertura e reportagem prontos, alguns com contratos com experts em família real para dar entrevistas e explicar melhor a situação.

As estações de rádio comerciais da Grã-Bretanha têm uma rede de “luzes obit” azuis, que são testadas uma vez por semana e devem acender no caso de uma catástrofe nacional. Quando as notícias forem divulgadas, essas luzes começarão a piscar, para alertar quem controla a programação para mudar para as notícias nos próximos minutos e tocar músicas "leves" enquanto isso. Cada estação, até a rádio do hospital, preparou listas de músicas compostas de músicas “Mood 2” (triste) ou “Mood 1” (mais triste) para tocar em momentos de luto repentino. “Se você ouvir Haunted Dancehall (Nursery Remix) de Sabers of Paradise na Radio 1 diurna, ligue a TV”, escreveu Chris Price, produtor de rádio da BBC, para o Huffington Post em 2011. “Algo terrível acabou de acontecer”.

Não haverá improvisos com a Rainha. Os apresentadores usarão ternos pretos e gravatas pretas. Isso foi feito para ela. Os programas vão parar, os canais se juntarão. Os ouvintes da rádio ouvirão : “Esta é a BBC de Londres”. Muito parecido com nossa vinheta da Globo, isso significa que algo muito sério aconteceu.

O estandarte real aparecerá na tela e o hino nacional vai tocar. Assim como no 111 de setembro, você se lembrará onde estava quando ouviu a notícia.

Quando ela morrer, as duas casas do parlamento se reunirão, as pessoas voltarão para casa do trabalho mais cedo e os pilotos de aeronaves anunciarão a notícia aos seus passageiros. Nos nove dias que se seguem (nos documentos de planejamento da London Bridge, estes são conhecidos como “D-day”, “D+1” e assim por diante) haverá proclamações rituais, uma turnê de quatro nações pelo novo rei, televisão com programação específica e uma assembléia diplomática em Londres.

Em até 10min, as bandeiras do Whitehall vão para meio mastro. A família real anunciará os planos para o funeral da rainha, que deve ocorrer 10 dias após sua morte.

A primeira-ministra será a primeira do governo a fazer uma declaração, e todos os outros membros do governo só falam após ela. O Ministério da Defesa providenciará salvamento de tiros em todas as estações de saudação.

Será anunciado um minuto de silêncio nacional. A primeira-mistra realizará uma audiência com o novo rei e, às 18h, o rei Charles fará uma transmissão para a nação.

Ao mesmo tempo, haverá um serviço de memória na Catedral de São Paulo com um pequeno número de ministros.

Existem planos para cada local e situação, e os mais elaborados são para justamente o local onde ela está, Balmoral, já que passa lá 3 meses do ano.

 

Nem sei se vocês se interessam por isso, mas posso trazer o que acontece em seguida   Após a London Bridge, começa a operação Spring Tide para a ascensão de Charles.