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Priscilla Lima Jardim

[FEC] Beselha da turma 2
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Reputação

  1. amei o post de vcs.... ficou showwwwww!
  2. Pessoal, ainda tô meio perdida aqui e não sei exatamente onde posso colocar minha duvida, mas aqui vai. Eu fiz o texto do desafio 0 contando a minha história e como o podcast nasceu. O Instagram é de um podcast que idealizei, mas ele é de tres pessoas. Daí me senti meio individualista me apresentando num projeto que não é só meu.
  3. Gente, mas alguem aqui tem projetos ligados a imigrantes?
  4. Desafio 0 Morar fora é solitário. Sair do país é um processo de mudança tão intenso que só o velho e tranquilo amigo tempo é capaz de ajudar. Mudar para os Estados Unidos foi uma escolha. Era 2016, mas ainda me lembro como se fosse hoje o dia que tranquei as portas da minha casa no Brasil pela última vez. Na bagagem coloquei tudo que achei necessário para enfrentar aquele recomeço. Resumi minha vida em duas malas de 35 quilos e parti. Fui recepcionada em New Jersey por um frio que até então não conhecia. Larguei a redação de uma televisão, um ambiente agitado de ideias e projetos para aprender o trabalho solitário e silencioso da limpeza. Dos sagrados almoços aos fins de semana, só ficou a lembrança do cheiro. Também se foi o calor do abraço dos amigos. A alegria das festas da família. O riso solto do bate papo com a vizinha na porta de casa. A gente deixa de fazer parte da vida das pessoas, e com o tempo, elas até se esquecem de nós. É triste, mas é real. Mas como eu disse, deixar o Brasil foi uma escolha. Trazer essa auto-responsabilidade me fez entender que eu poderia reconstruir aqui o que eu tinha de valor lá. Comecei por me mudar pra um lugar que tinha mais a ver comigo. Já que vou recomeçar, que seja numa cidade com a minha cara. Cruzei 13 estados de carro. Saí da Costa leste pra viver em San Francisco, no Oeste do país. Os poucos que conhecia viraram família e assim voltei a ter almoços e jantares aos fins de semana. Redefini o cheiro da amizade, criei laços com pessoas com ideologias diferentes, que talvez jamais me conectaria no Brasil. E voltei a estudar. Viciei em audiolivros. Me alimentei desse prazer como forma de suprir o vazio deixado por não estar envolvida em projeto como os de antigamente. Com a alma de jornalista que tenho, passei a me interessar intimamente pela vida de outros imigrantes. Aprendi a respeitar e honrar as motivações de cada um que passava pelo meu caminho. Entendi que em algum ponto as nossas trajetórias se cruzavam. Descobri que escutar outras histórias me fazia sentir mais pertencente a todo esse universo estrangeiro. Percebi que toda a transformação ao qual tinha passado fazia parte da jornada de todo imigrante, claro, cada um com sua intensidade. Criar um podcast que compartilha Histórias de Imigrantes é conectar esses laços descendentes. É mostrar para o imigrante que não importa onde esteja, alguém em algum outro canto do planeta está vivendo a mesma experiência que a dele. É um trabalho extenso de pesquisa, de leitura e de descobertas. A cada história que escuto, me aproximo mais daquele Brasil que deixei para trás. Sinto o cheiro. O sabor. Escuto e até consigo pegar. Foi a forma que encontrei de estar perto, mesmo que longe. E você, como faz para matar a saudade do Brasil?
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